Porto Santo XXI – Os “tachos” do Porto Santo

Sabemos bem os efeitos do falatório e do «diz que disse» em terras pequenas.

Esta semana, a minha crónica seria a continuação da última. Porém, dado ter recebido informações sobre “situações hilariantes” que se têm passado na ilha, mas, no fundo, completamente absurdas para qualquer pessoa de bem, aproveitei para falar num assunto que só iria me pronunciar mais para a frente.

Um dos problemas que muitos porto-santenses enfrentam, também, é a falta de competência de certas pessoas para desempenharem certas funções administrativas, nas diversas entidades públicas da Ilha.

Juntando a isso, o facto de ser janeiro e a falta de trabalho, ou de ter algo para fazer, faz com que se procurem problemas onde não existem, em vez de dar atenção redobrada às coisas que são verdadeiramente importantes no dia a dia dos cidadãos.

Sabemos bem os efeitos do falatório e do diz que disse em terras pequenas. Sabemos também que os laços familiares existentes na ilha, fruto da insularidade, mas também do número reduzido de habitantes, tornam normal o encontro de diversos familiares nessas entidades, mas a falta de conhecimentos/capacidade que algumas pessoas demonstram nesses casos é berrante.

“Sou, sim, contra pessoas sem “maturidade”, assumirem cargos importantes e com necessidade de conhecimentos e experiência.”

Se a burocracia já é grande, juntando tudo o que acabei de falar, torna-se dificílimo as coisas acontecerem como é suposto. Muitos desses cargos são ocupados olhando apenas às ligações existentes entre os partidos do poder e seus militantes, porque já sabemos como tudo funciona nesta terra. Não sou contra qualquer pessoa assumir um certo cargo, sou sim contra pessoas sem “maturidade”, assumirem cargos importantes e com necessidade de conhecimentos e experiência. Não se deve pôr alguém à frente de algo só porque é do partido tal, parente de tal etc. Não me vou pronunciar sobre que entidade me refiro, possivelmente mais cedo ou mais tarde se saberá, pois estas situações acabam sendo universais no “mundo do serviço público” do Porto Santo, peço sim é que se comece a perceber que, para que as coisas funcionem é necessário ter as pessoas certas nos sítios certos.

Quem diz que para assumir um cargo de responsabilidade é necessário ser doutorado (canudo, para mim, não quer dizer nada), ter experiência e estar preparado física e psicologicamente para tal, não pode escolher só porque é militante, familiar, amigo, ou até por falta de alternativa. Não se esqueçam, telhados de vidro todos temos, por isso a integridade pessoal bem como a capacidade de se pôr no lugar da outra pessoa, é de uma importância tremenda na resolução das situações e no desempenho de qualquer função pública ou privada.

Carlos Silva

Depois de uma viagem tranquila, mergulhado num mar de dúvidas, aportei a 2 de setembro de 1999, à Ilha do Porto Santo! À chegada, uma doce e quente onda de calor, qual afago de mulher amada, assaltou-me, até hoje! Do sucedido de então, até aos dias de hoje, guardo-o na memória; os sucessos, de hoje em diante, aqui ficam, para memória futura, da minha passagem pela Ilha!

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