
“Nunca perder a Fé, nunca perder a Esperança”, é a mensagem de Gisela Correia, no Dia Internacional da Luta Contra o Cancro Infantil.
A data, destinada a alertar para esse flagelo que afeta crianças e as suas famílias de uma forma muito profunda, é também o momento de recordar os desafios e, sobretudo, as vitórias, numa luta frequentemente desigual.
Para Gisela Correia, a doença atingiu a família sem aviso prévio. Cláudia, a filha de 11 anos, começou a sentir-se mal com dores de cabeça e vómitos. Era o início de uma longa viagem que a levaria do Centro de Saúde do Porto Santo, ao Hospital Central do Funchal, até Lisboa, para terminar no Instituto Português de Oncologia. Um longo caminho, marcado pelas dificuldades, pela incompreensão, pelos dias negros, pelos tratamentos, pela partilha com outros pais tocados por infortúnios semelhantes, ao longo de meses, muitos meses.

“Gisela fala com orgulho, das etapas vencidas e chama pelo nome próprio todos aqueles que a acompanharam, a si e à sua filha Cláudia, neste longo combate.“
“Quando a médica disse: – A sua filha tem cancro – na altura o mundo parou, desabou”, relata, ainda com a voz embargada, mas com a certeza de quem lutou, lutou muito. E não esquece o apoio recebido, em especial a Família mais próxima, mas também o pessoal médico, os elementos da Acreditar (Associação de Pais e Crianças com Cancro) e da Associação Barnabés, entre muitos outros.

“A partilha de experiências é muito bom, a interação onde cada um conta a sua história e se entreajuda é muito importante”, refere, a propósito dos meses passados na capital, marcados pela distância, pelas dificuldades económicas, pelos difíceis tratamentos. “Um dia ainda vou escrever um livro”, conta.
Gisela Correia fala com orgulho, das etapas vencidas e chama pelo nome próprio todos aqueles que a acompanharam, a si e à sua filha Cláudia, neste longo combate. Sobre a doença, ainda hoje marcada por muitos tabus e obstáculos, Gisela aponta o mais importante, “nunca chorar ao pé dos filhos, nunca perder a esperança”.
Acreditar é possível
Assinalado desde 2002 , o Dia Internacional da Luta Contra o Cancro Infantil é uma oportunidade para chamar a atenção para os problemas que marcam esta doença, nesta faixa etária.
De acordo com o diário digital, Notícias de Viseu, “em Portugal, há cerca de 400 novos casos diagnosticados por ano e a taxa de sobrevivência é de 80%. Destes, 50% têm sequelas e em 2/3 destes são sequelas graves ou muito graves.”
Desde logo a crise pandémica que adia diagnósticos e consultas e acentua as dificuldades económicas e sociais de muitas famílias.
O recente lançamento do Plano Europeu da Luta contra o Cancro trouxe uma esperança já que poderá influenciar positivamente o investimento necessário a fazer na área do cancro pediátrico. Desde logo melhores tratamentos que possibilitem aumentar a taxa de sobrevivência e, também, maior apoio psicológico e apoio escolar a todas as crianças com cancro.
Agradeço do fundo do coração ao professor Carlos por partilhar com os outros a nossa experiência (minha e da minha rainha), pois assim possibilita outras criancas e seus familiares terem uma pequena noção o quanto é difícil mas NUNCA impossível viver esta etapa!