Last Updated on 11/01/2020 21:33 by Carlos Silva
Em qualquer escola de jornalismo, este título seria chumbado pela sua redundância, mas trata-se, na verdade, de um facto extraordinário, ao nível do homem que mordeu o cão! Peço paciência ao leitor e passo a explicar.

Dois anos após o abate do último exemplar, no Largo das Palmeiras, nasceu uma palmeira. (Uma gestação de elefante!).
Bom, em todo o caso trata-se de uma excelente notícia – estamos a precisar de crianças na Ilha, digo, de palmeiras, no Largo das Palmeiras.
Depois do trágico acidente da queda da palmeira, esta espécie parece ter sido declarada personna non grata e, ao sucessivo abate das mal sucedidas palmeiras, não se seguiram sucessores.
E as pessoas reclamaram! Pela beleza paisagística, pela sempre agradável sombra e pelo tradicional ponto de encontro, de dia e de noite! Quem não se lembra do Conselho de Veteranos, nas noites quentes de verão, reunido junto à palmeira, ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Piedade, a confessar e a celebrar os pecados e as conquistas de todos, todos os dias, da ilha do Porto Santo. Era uma bilhardice saudável!

Agora, sem plameiras, e com o covid, é ver os anciãos desamparados a definharem solitários, em casa.
Pena foi que, aquando do anúncio da Reserva da Biosfera, tenham decidido plantar apenas um barbusano e não uma dezena deles no Largo das Palmeiras que, depois de Pelourinho e das Palmeiras, poderia chamar-se Barbusano. O Largo ficaria renovadinho e seria uma prova cabal, viva, de que alguém trabalha em prol da nossa ilha. Haja esperança!
Mas, voltando à recém-nascida palmeira, honra lhe seja feita, pela sua capacidade de resistência e pela férrea vontade de viver – duas caraterísticas bem conhecidas dos porto-santenses. O jornal digital A Ilha convida todos os habitantes da ilha a visitar a palmeira recém-nascida e assim testemunhar a sua capacidade de resiliência. À pequena árvore e a todos nós, votos de uma vida longa e feliz!

P.s.: Ainda estamos à espera da concretização do estudo, que terá custado milhares de euros à autarquia para a requalificação do Largo das Palmeiras (mas sem aqueles bancos modernaços!).
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