
São únicos, resistiram ao tempo, marcam a paisagem há séculos. São os típicos moinhos de vento do Porto Santo.
“Dão vida, movimento e encanto à Ilha. Desde sempre os contemplaram gerações de cinco séculos, integrando-os em si a vida do Porto Santo. Valorizam-nos caraterísticas da sua estrutura peculiar com peças de original património folclórico e turístico” pode ler-se nas Ilhas de Zarco, de Eduardo C.N. Pereira.
Com uma agricultura dominada pelo cultivo de cereais e vento em abundância, o aparecimento dos moinhos é quase uma consequência natural. De acordo com a obra Inventário do Património Imóvel da Ilha do Porto Santo, de Fátima Menezes, “data de 1791 a notícia de uma primeira construção de um moinho de vento” na Ilha.

Os exemplares existentes dividem-se em duas categorias. Uns têm um corpo em pedra, um texto rotativo, a cobertura de zinco e um cata-vento. Outros têm o corpo em madeira, instalados sobre um pedestal, com quatro rodas na base, o que permite a deslocação integral, de acordo com o sentido do vento.
Em maio de 2020, a Câmara Municipal anunciou um projeto de mais de 300 mil euros para recuperação de património onde se encontram os últimos exemplares de moinhos existentes na Ilha.
Os moinhos são património nacional

De acordo com a Rede Nacional de Moinhos, “os nossos moinhos são importantes ativos para o desenvolvimento sustentável, qualificação dos territórios, empreendedorismo ao nível das indústrias criativas e do turismo, por exemplo. Mas também para a construção da designada economia verde e para a qualificação ambiental das regiões e requalificação urbana, não esquecendo as importantes funções educativa, de lazer e de interação e coesão social. No entanto, o seu declínio acentuado pela crise e pelo envelhecimento dos detentores dos saberes tradicionais coloca em risco este importante património.”