Mataram a palmeira! Não matarão a esperança!

(Artigo de opinião da Professora Margarida Dias)

“não me venhais com desculpas esfarrapadas”

Cheguei.

Parei.

Olhei.

Recuei.

Avancei e olhei novamente.

Recusava-me a acreditar no que os meus olhos estavam a observar. Pensei que estava a ver mal: meu entendimento não conseguia processar corretamente o que aquele vazio significava. Outrora refúgio de esperança, agora um ninho cheio de nada!

Mãos cobardes arrancaram a jovem palmeira. Ficam as ervas daninhas.

O meu positivismo fez-me crer que o facto de tornar público o nascimento da pequena palmeira, no Largo das Palmeiras, no dia 24 de outubro, tornaria esta bebé uma afilhada de todos nós, de todos os profetas de alma e coração, não de nome! E impediria qualquer desígnio de malvadez de a destruir.

Oh…. Quanto enganada estava! A exposição mediática obtida com a divulgação do desabrochar daquele inocente ser teve um efeito perverso na mente iluminada de alguém…

– Não, não pode existir nenhuma palmeira ali no largo! – declaravam, em surdina, algumas vozes que se consideram supremas.

– Queremos palmeiras no largo digno desse nome! – exclamavam os outros, eu, tu, nós…

E não, não me venhais com desculpas esfarrapadas, alegando que ela morreu de causa natural, porque se assim fosse, haveria algum resquício que provasse essa teoria.

A jovem palmeira que incomodou alguém. Cobarde!

Ao menos, poderiam ter disfarçado o “crime”: arrancavam as ervas daninhas que por ali pululam. Contudo, para quê ter esse trabalho numa terra, na qual a maioria dos olhos só enxerga o que lhe convém?!

“Eles” ganharam!

Porém, não foi uma pequena palmeira que destruíram: arrancaram um pedaço de mim!

Mataram a palmeira! Não matarão a nossa esperança! Não matarão a nossa sede de Futuro!

Margarida Vasconcelos

Nota do editor: Aos cobardes que alegremente envenenam cães inocentes ou matam jovens palmeiras fiquem descansados. Não nos calarão!

Carlos Silva

Depois de uma viagem tranquila, mergulhado num mar de dúvidas, aportei a 2 de setembro de 1999, à Ilha do Porto Santo! À chegada, uma doce e quente onda de calor, qual afago de mulher amada, assaltou-me, até hoje! Do sucedido de então, até aos dias de hoje, guardo-o na memória; os sucessos, de hoje em diante, aqui ficam, para memória futura, da minha passagem pela Ilha!

3 thoughts on “Mataram a palmeira! Não matarão a esperança!

  1. Não há Bem que sempre dure, nem Mal que perdure.
    É a filosofia da vida.
    Mas enquanto existir o bem, o mal não vencerá.
    Mataram uma? Plantemos duas.

  2. Parabéns Magui Dias pelo lindo texto de homenagem a um ser vivo que não teve hipótese de mostrar o seu potencial!

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