Largo das Palmeiras recupera dignidade

Trabalhadores incansáveis devolvem dignidade ao Largo das Palmeiras

Pacientemente, uma equipa de diligentes funcionários da Câmara alinham os seixos, em torno dos canteiros das palmeiras. O tradicional calhau rolado, negro e branco dá origem assim a um verdadeiro “bordado de pedra” como apelidou o Eng. João Batista Silva e Celso F. Gomes, num estudo que conduziram a propósito da calçada tradicional madeirense.

Lentamente, interrompido aqui e ali por alguma conversa de circunstância, com algum transeunte menos apressado, os dois calceteiros e o ajudante devolvem a beleza e a dignidade ao espaço. De acordo com aqueles estudiosos, “para se ter noção do grau de exigência que esta arte de pavimentação implica, marcou-se no chão, com motivo em espinha, a área de 1 m2. Verificou-se que em cada metro quadrado foram aplicados, em média, 1023 seixos.” (http://aprenderamadeira.net/article/calcada-madeirense-bordados-de-pedra-a-preto-e-branco)

Tremendamente exigente (e mal paga) a tarefa de calcetamento foi sendo abandonada ao longo dos tempos, mantendo-se em pequenos espaços das cidades madeirenses, constituindo uma riqueza arquitectónica urbana.

Após a colocação das árvores, o Largo do Pelourinho – popularmente conhecido como Largo das Palmeiras – , está a recuperar a sua dignidade.

Uma arte centenária num espaço centenário

Em 2008, o Arq. Márcio Abreu escrevia na sua tese, a propósito do Largo do Pelourinho, “este espaço, que apenas foi calcetado em 1885, tornou-se num elemento urbano fulcral quase como a “alma”da cidade” por ter sido dos poucos espaços públicos existentes na ilha, e pelo seu factor comunicante com a restante ilha.” Aquele arquiteto destacou os dois monumentos que circundam o espaço: a Igreja Matriz, incendiada várias vezes nos inúmeros ataques que a ilha sofreu; a antiga Câmara Municipal construída 1756, pelo Mestre de Obras Reais, Domingos Rodrigues Martins, baseada em modelos nacionais, mas com ajustes locais.

Vista do largo do Pelourinho. Crédito: Márcio Abreu (2008)

A título de curiosidade refira-se que nos seixos habitualmente utilizados na calçada madeirense é possível observar exo-esqueletos de várias espécies de fósseis marinhos.

Carlos Silva

Depois de uma viagem tranquila, mergulhado num mar de dúvidas, aportei a 2 de setembro de 1999, à Ilha do Porto Santo! À chegada, uma doce e quente onda de calor, qual afago de mulher amada, assaltou-me, até hoje! Do sucedido de então, até aos dias de hoje, guardo-o na memória; os sucessos, de hoje em diante, aqui ficam, para memória futura, da minha passagem pela Ilha!

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