
No futebol, um dos movimentos mais bonitos (mesmo para aqueles que não sofrem da bola) é a finta! Estar frente a frente com um adversário, frequentemente desconhecido, e ultrapassá-lo com rapidez e elegância é sempre digno de registo.
E, metáforas à parte, fintas foi o que o jovem empresário porto-santense, Carlos Rodrigues, fez à Covid. Por duas vezes!
Em março, quando todos enfrentavam o primeiro embate com a pandemia, Carlos Rodrigues foi dos primeiros empresários da Ilha a assumir a necessidade de enfrentar o adversário com uma jogada drástica – o confinamento geral. Fechou os seus estabelecimentos e desafiou os outros empresários da restauração a fazer o mesmo. Em gíria futebolística, driblou o adversário!
Oito meses meses depois, o vírus-adversário já é mais conhecido de todos e o jovem empresário voltou a assumir a frente da batalha e a manifestar as preocupações que muitos empresários partilham, em surdina, em conversas de café. Será que esta é a melhor altura para reclamar ou exigir mais ligações aéreas ou marítimas, já que tem sido o isolamento que nos tem protegido? Nunca defendendo o isolamento, “temos que lutar contra ele, exigir a continuidade territorial a que temos direito.”
E deixa outras questão:
“Não seria imperativo agora, uma vez que não temos transmissão local interna ativa, testar também todos os que entram na ilha de Porto Santo?”
Claro que este jovem empresário não é imune às preocupações de todos, mesmo “neste cantinho do céu”.
Com a frieza de um verdadeiro ponta de lança, de quem tem uma dezena de funcionários a seu cargo prevê a chegada “do pior inverno de sempre, desde que temos porta aberta ( já lá vão 12 anos). Nesta altura o madeirense já não procura a ilha como no verão. Existiram as moratórias, mas elas não duram para sempre, houve muita gente a perder o seu trabalho e outros que nem trabalho conseguiram arranjar no verão. Todos perdemos poder de compra. A verdadeira crise vem agora.” E, por isso, depois dos elogios ao trabalho do Governo Regional, lança o desafio: “Vivemos um tempo de confinamento, que hoje, de uma forma geral, achamos excessivo. Será necessário voltar a sofremos as mesmas medidas que o resto da região? ” Ao contrário da estratégia inicial, Carlos Rodrigues defende, agora, junto das autoridades regionais e locais, a adoção de medidas próprias, autónomas, para a Ilha Porto Santo, PARA FINTAR NOVAMENTE O COVID E IMPEDIR UMA DERROTA ECONÓMICA. Uma jogada diferenciadora que, admite o jovem empresário, exige coragem e arrojo, mas que poderá salvar da falência muitos pequenos empresários porto-santenses.
Uma nova finta para vencer um adversário muito forte, num jogo em que nem sequer existe árbitro.
Mas, afinal, jogamos em casa!
Parabéns por existiir