O jornal pode ser um cutelo, um jogo ou um farol, uma pedra no sapato, um passatempo.
A publicação de notícias (entre outros géneros textuais jornalísticos) pode ter diversos objetivos. Desde logo, uma arma contra a ignorância e as notícias falsas, mas, ao contrário dos áugures que abriam os animais para adivinhar o futuro, o repórter investiga, questiona, abre caminho com a força de uma caneta, de um bloco de notas e/ou uma máquina fotográfica, ouvindo as partes, cortando (direito) a propaganda e a mentira. É, também, frequentemente, um jogo. Um jogo do gato e do rato, onde uns escondem e outros procuraram encontrar, uns dissimulam e outros procuram revelar. E, ainda, um farol. Desde tempos imemoriais, a disseminação de notícias orientou as sociedades. Um papel reconhecido por todos, em particular por aqueles que detêm o poder (económico, político, social, religioso,…) e que se sentem tentados a criar e controlar os meios de comunicação social.
Ora, não é fácil manter um jornal. Por muitas das razões afloradas acima e tantas outras. Contam-se pelos dedos das mãos os projetos jornalísticos que resistiram mais de uma década, por vezes mais de um ano. Por cansaço, censura, dificuldades financeiras, disponibilidade,…
O projeto digital A Ilha não é diferente. Ao longo deste (quase) ano deparámo-nos com percalços vários, mas também muitas conquistas, com fases de desânimo e com agradáveis momentos. Agora, regressados das férias, com nova energia, vontade de fazer melhor, iremos retomar os trabalhos, diários, sempre que possível. Há tanto a acontecer no Porto Santo e que merece ser contado!
Carlos Silva