
A queda da natalidade na Ilha está associada aos custos da Educação e à insegurança no trabalho.
“Cada vez mais, os pais que decidem ter filhos começam a ter noção do gasto para manter um filho a estudar”, considera Paula Rodrigues, a quem os números da Direção Regional de Estatística (DREM) não surpreendem.
“Vi-me, durante três anos, a descarregar quase um salário mínimo para manter os filhos na creche…fala-se de valores absurdos no começo do que será o percurso escolar”, justifica esta mãe.
Segundo a DREM, numa recente publicação, o número dos alunos a frequentar as escolas da Ilha está em queda. Uma diminuição constante com impacto no próprio parque escolar do Porto Santo.
Além dos custos associados à Educação, também as incertezas no emprego têm feito adiar a decisão de ter filhos. Para Paula Rodrigues, a incerteza da manutenção dos postos de trabalho gera uma instabilidade que faz adiar a constituição da família e, frequentemente, abandonar a própria Ilha. “Os pais sofrem com a sazonalidade da Ilha e vêem-na, no inverno, ser completamente parada com os layoffs dos hotéis. Estamos a falar de cortes nos salários muito antes de pandemia.”
Paula Rodrigues defende uma análise cuidada dos factores que levaram à quebra da natalidade para que se possa inverter a descida, em nome do Futuro da Ilha.