
O concurso para admissão de um cantoneiro e de um coveiro lançado pela Câmara Municipal do Porto Santo (CMPS), em 2018, está assombrado.
A 10 de 0utubro desse ano, a CMPS lançou o concurso para ocupação de três postos de trabalho no Mapa de Pessoal do Município, publicado em Diário da República. <Entre eles, um cantoneiro e um coveiro. Nada fazia prever que o processo se iria arrastar durante dois anos e quase cinco meses e ainda não está concluído.
Os candidatos, depois de uma prova escrita de conhecimentos teóricos, foram sujeitos a uma avaliação psicológica, realizada por uma empresa privada contratada para o efeito. De acordo com as datas, a 14 de outubro de 2019, o júri reuniu para validar esse método de seleção e ordenar a lista. Um ano mais tarde, a 12 de outubro de 2020, o júri reuniu novamente para validar o resultado da entrevista e, no dia seguinte foi elaborada a lista unitária de ordenação final dos candidatos aprovados. 5 meses depois, os candidatos aprovados tardam em ser admitidos.
O assunto tem merecido a atenção de Jorge Jacinto, deputado independente na Assembleia Municipal. “A pandemia não pode justificar tudo”, referiu na última reunião daquele órgão. A 6 de fevereiro de 2020 questiona, pela 2ª vez a situação do concurso, se as pessoas já tinham sido notificadas e quando entrariam ao serviço. Foi informado pelo executivo de que “em princípio, entrariam ao serviço no mês de Março”, de 2020.
Enquanto o concurso se arrasta, 29 meses depois, há dois trabalhadores que venceram o concurso, mas têm a vida familiar suspensa, de promessas e palmadas nas costas.
O jornal digital A Ilha procurou ouvir a versão do Executivo Municipal, mas, apesar das promessas, não obteve resposta.
Não é fácil ser coveiro

Ser coveiro não é fácil.
Um assistente operacional, no cemitério, deve ser capaz de proceder à
abertura de sepulturas e efetuar o transporte, depósito e levantamento de
restos mortais no cemitério; escavar no solo uma vala com as dimensões
adequadas à urna, utilizando picaretas, pás ou máquina apropriada;
introduzir cal no caixão, fechá-lo e fazê-lo descer através de cordas, cobrindo-o com terra ou colocando-o num jazigo; proceder à abertura
da sepultura aquando da exumação, assegurando-se que o cadáver está
decomposto; retirar os restos mortais, lavá-los colocá-los numa urna e depositá-los em local indicado; proceder à limpeza e conservação do cemitério, de acordo com o preâmbulo da abertura do concurso a 10 de outubro de 2018. Além disso, se nasceu após 31/12/1994, deveria possuir o 12.º ano de escolaridade, para um salário que na primeira posição da tabela remuneratória correspondia a 592,00 euros, à data de lançamento do concurso.