
“A Câmara guardou o dinheiro para gastar este ano”. A acusação veio da parte do grupo parlamentar do Partido Socialista, na reunião de Assembleia Municipal, hoje realizada,
Dora Faria justificou assim o voto contra a alteração orçamental que irá permitir ao executivo utilizar um milhão e meio de euros do saldo de gerência de 2020. Na declaração de voto, a deputada municipal acusou o executivo municipal de falta de investimento no ano anterior, para, em tempo de eleições, gastar.
Coube a Nuno Freitas a defesa da estratégia autárquica. O deputado do grupo parlamentar do Partido Social Democrático justificou a aprovação do segundo ponto da ordem de trabalhos, pelo conjunto de obras e aquisições que estão previstas: pintura exterior do edifício da Câmara, bem como a reparação dos elevadores, além da aquisição de diverso equipamento, nomeadamente duas viaturas elétricas. O deputado municipal destacou ainda os 25 mil euros a atribuir à Fábrica da Igreja da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade e o reforço de mais 285 mil euros para pavimentação das estradas. Esta verba irá acumular com o empréstimo já aprovado de 700 mil euros contraído pelo município para o mesmo fim.
A reunião realizada à distância obrigou a Presidente da Assembleia ao estabelecimento de regras próprias e decorreu de forma bastante cordata. Em pouco mais de 90 minutos, Fátima Silva deu por terminados os trabalhos. De resto, foram escassas as intervenções tanto da oposição como do executivo. De destacar a participação de um único munícipe que, no período reservado à intervenção do público, alertou para diversas questões municipais. José Silveira, um cidadão que adotou o Porto Santo, chamou à atenção para a ausência do barco e o impacto que a mesma tem na economia local.
Um concurso sem fim à vista
O assunto mais demorado acabou por surgir no período antes da ordem do dia. O deputado municipal Jorge Jacinto alertou para a necessidade de esclarecer um concurso para a integração de dois funcionários. De acordo com o parlamentar há dois cantoneiros que aguardam há mais de 25 meses o resultado de um concurso para entrada nos quadros da Câmara. “O Covid não pode justificar tudo”, referiu. Fátima Silva apelou ao esclarecimento da situação e à necessidade de informar devidamente todos os intervenientes.