
Um raio de sol! Um cheiro de erva molhada! Um copo de vinho com os amigos! Muitas gargalhadas! A vida e a vinha são feitas de pequenos nadas!
Manhãzinha cedo, o Francisco, o Miguel, o Artur juntam-se ao Pedro na vinha, na paixão pela vinha!

Adormecidas, as parreiras de caracol e listrão descansam ainda do intenso verão, do peso das uvas, da azáfama da vindima, da cupidez dos pássaros e abelhas.

Mas, tal qual a filha no poema de Torga, precisam de cuidados, de cuidados permanentes! A limpeza das ervas daninhas, a poda, a enxertia – “pequenos nadas”, ao longo de todo o ano! Pacientemente! Cuidadosamente! Carinhosamente! Em nome do novo ano vinícola!

Pequenos nadas para que tudo dê certo e, de novo, o néctar da Ilha encha os copos num brinde à vida, à amizade! Pequenos nadas – Saúde!

“A vida é feita de nadas;
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;
De casas de moradia
Caiadas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma Mãe que faz a trança à filha.”
Miguel Torga
